Aproveitei a data de hoje 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra! Para estudar um pouco mais sobre a profissão dos cuidadores, porém ao me adentrar em alguns estudos, artigos e matérias em que falava sobre o perfil dos cuidadores de pessoas idosas, comecei a fazer uma reflexão de uma perspectiva diferente.
Ao se tratar do perfil dos cuidadores, vejo uma convergência em comum, na qual todas elas mostram o seguinte:
- a maioria são mulheres;
- a maioria de pessoas de baixa escolaridade;
- a maioria pertencem a baixa classe média, vulneráveis, pobres e extrema pobreza;
- a maioria são negras (prestas e pardas);
- etc.
Aqui no Brasil nós cuidadores enfrentamos um grande atraso e dificuldade em regulamentar a profissão dos cuidadores, justamente por existir forças políticas, empresas e representantes de outras classes que são contra os projetos que caminham para uma regulamentação.
Quero deixa claro que essa é uma visão e reflexão pessoal, minha opinião não define a visão da maioria de uma determinada classe, porém ainda assim, gostaria de expor o que penso.
Hoje fiquei refletindo da minha perspectiva de cuidador, que, levando em conta todo os históricos com relação as tratativas que são dadas as pessoas dos perfis que mencionei mais acima, fazendo uma ligação com as pessoas que são contra a regulamentação da profissão. Fiquei me questionando... Será que a intenção da maioria que quer que profissão continue como está, é por saberem exatamente qual é o perfil das pessoas que executam o papel do cuidar? Espero estar errado!
Algum tempo atrás comecei a traçar e estudar o perfil dos cuidadores, mas só hoje comecei a ter esse pensamento e despertar, de que talvez a intenção real dos que lutam contra os cuidadores, é justamente por quem sermos quem somos, não pela profissão na qual executamos. Ou seja, ser contra a regulamentação dos cuidadores, é só uma forma indireta de nos prejudicar pelas aqueles itens que nos ligam, indiferente a profissão.
Lógico que tem pessoas que são contra simplesmente por ele entender que não será beneficiado por essa regulamentação, já que que os cuidadores como mão de obra de reposição da sua empresa. Outros que são contra por achar que o que existe em andamento, não é bom da perspectiva que ele enxerga. Mas conhecendo os diversos históricos de preconceitos em nosso país, não podemos descartar que alguns são contra a regulamentação simplesmente por seus preconceitos.
Logo abaixo nas referências, deixarei alguns links de artigos e matérias que apontam estudos sobre o perfil dos cuidadores (melhor, das cuidadoras).
Referências:
Portal do Governo. As mulheres negras no trabalho de cuidado. Nota Informativa nº 1/2023 MDS/SNCF. 2023. Disponível em <https://mds.gov.br/webarquivos/MDS/7_Orgaos/SNCF_Secretaria_Nacional_da_Politica_de_Cuidados_e_Familia/Arquivos/Nota_Informativa/Nota_Informativa_N_1.pdf> Acesso em 20 de novembro de 2024.GALVAO, Julia. Jornal da USP. Nove em cada dez cuidadores domiciliares são mulheres. 31 de janeiro de 2022. Disponível em: <https://jornal.usp.br/?p=711722>. Acesso em 20 de novembro de 2024.
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