Vamos Falar de Burnout nos Cuidadores?

Você já ouviu falar sobre Burnout nos Cuidadores? Acredito que poucos falam ou se aprofundam no tema, quando se trata dos profissionais cuidadores de pessoas humanas (como gosto de chamar).

O que é Burnout? 

Burnout é uma síndrome, tanto que é chama de Síndrome de Burnout, que nada mais é que um esgotamento emocional e/ou físico do trabalho. Ou seja, é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade, responsabilidade ou quando não tem o suporte necessário. 

A causa principal é justamente o excesso de trabalho, que é muito comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com responsabilidades constantes, como médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, cuidadores, dentre outros.

Esgotamento em Cuidadores:

O esgotamento emocional e físico por conta do excesso de trabalho nos cuidadores, é mais comum, que se imagina! Apesar de se falar muito sobre o autocuidado dos cuidadores, poucos se aprofundam em falar sobre o esgotamento físico e mental nesta classe de profissionais. 

Indo um pouco mais longe e relatando da ótica de quem cuida, indiferente de você ser um(a) cuidadora(a) profissional ou cuidador(a) familiar, em algum momento você poderá se deparar com este problema - se que é não passou ou está passando. Lembre-se que diferente de outros profissionais de saúde, os profissionais cuidadores trabalham de uma forma solitária (sozinhos) e muitas vezes sem suporte. 

Devido a dinâmica do trabalho, principalmente se tratando dos ambientes domiciliares, os cuidadores estão totalmente vulneráveis a desenvolver a Síndrome de Burnout, em algum momento da labuta da sua profissão. 

Segundo esse infográfico criado por Andrea Petkevicius, nos mostra que o Brasil, é o segundo país no ranking, mais estressado no dia a dia do trabalho.

Sinais de um possível Burnout?

Nós cuidadores temos que ficar muito alerta para alguns sinais que vão acontecer, buscar ajuda e não ficarmos apenas absorvendo o estresse da profissão. Vale mencionar que muitos estão vivendo este esgotamento e nem percebem o problema vivido.

Veja alguns sinais que devemos ficar em alerta:

• Perca de interesse pela atividades que você gosta
• Irritabilidade com coisas pequenas
• Sente-se impaciente ou ressentido com a pessoa de quem você cuida
• Fadiga excessiva e falta de energia
• Deixa de lado suas próprias necessidades e saúde
• Sente-se perdendo o controle de sua vida
• Afastamento de amigos, familiares e outros entes queridos
• Sente-se triste, desesperado, desamparado, ansioso ou sobrecarregado
• Mudanças nos hábitos alimentares: passou a ganhar ou perder peso
• Dorme em excesso ou dorme muito pouco
• Ter dores de cabeça frequentes, dores no corpo ou outros problemas físicos
• Usar muito álcool ou medicamentos para dormir
• Ficando doente com muita frequência
• Sensação de que não está dando conta

Material complementar:

Gostaria de apresentar um pouco mais sobre o tema, com profissionais do meio que lida com problemas de sobrecarga nos cuidadores. Este episódio do Podcast do canal Envelhecer com Saúde, é muito importante para cuidadores e principalmente para familiares e gestores. 

Quando está presente a sobrecarga do cuidador, todos perdem!

- Daniel Gomes

Você já ouviu falar de fadiga da compaixão?

A fadiga por compaixão é quando o(a) cuidador(a) se sente sobrecarregado e exausto por cuidar de um paciente/assistido ou ente querido/familiar. Esse fenômeno acontece por não estabelecer limites, que devido um "apego emocional" a pessoa ultrapassa limites físicos e emocionais para garantir todo os cuidados necessário, prejudicando a si mesmo(a).

Lógico que vamos perder nosso humanismo, compaixão, empatia, carinho, amor, ternura ou outras coisas boas em prol de quem cuidamos. Porém precisamos entender nossos limites físicos e emocionais, sempre buscando ajuda quando sentir que não estamos dando conta. 

Prevenção e Cuidados:

É muito importante buscar ajudar e/ou meios de prevenções para que você não passe ou consiga superar estes problemas.

O autocuidado é uma ferramenta poderosa de autoajuda. Veja alguns 

Saúde: É muito importante que você tire um tempo para você cuidar da sua saúde, marcando consulta com médicos generalistas e especialidades, para realizar alguns exames e check-up sobre sua saúde.

Espiritualidade: Cuidar da sua espiritualidade é muito importante! Espiritualidade sem sempre é religião, mas sim, meios em que você sinta sua alma e espírito conectado com algo que te faça ter paz interior.

Até mesmo escolher fazer doações, caridade ou ajudar alguém que precisa, ajuda muito a conectar nosso lado espiritual e emocional com algo positivo. 

Exercícios físicos: É mais que necessário realizar algum tipo de atividade física, seja por academia ou por meios próprios, como tirar alguns minutos do seu dia para realizar uma caminhada ou exercícios simples. Você pode optar por praticar algumas atividades esportivas, pois esse hábito ajudará muito na sua saúde e atividades físicas.

Mental: É importante ter profissionais por perto, na qual você possa realizar consultas ou algum tipo de terapia. (ex.: Psicólogos, Psiquiatra, Psicoterapeutas, Psicogerontologistas, entre outros).

Sentimental: Você ter sua vida sentimental equilibrada é muito importante! Seja bem resolvido(a) com seu parceiro(a) ou consigo mesmo(a). Pois a depender de como sua vida sentimental estiver, ela vai acabar pesando e atrapalhando na sua vida profissional.

Hobby e Lazer: Muito importante que você tenha um momento para praticar algum tipo de entretenimento, pois este é o momento em que você se desligará por completo do seu trabalho. (ex.: cinema, ler livros, passear no parque, cuidar de plantas, passear com cachorro, participar de jogos e brincadeiras, visitar museu ou realizar uma viagem, etc).

Social: Você se socializar com outros profissionais e pessoas que tem uma viber e energia positiva, pode ajudar muito a aprendermos como lhe dar com algumas situações. Só tome cuidado com quem você compartilhar seu problema, pois outras pessoas fragilizadas podem aproveitar a abertura, compartilhando diversos outros problemas com você, te fazendo sentir mais ainda fadigado e exausto. 

Financeiro: Este é um assunto delicado, pois muito cuidadores sobrevivem com o salário que ganha, que é diferente de viver. Porém é importante dizer que é uma atitude muito inteligente, você conseguir gastar menos do que você ganha. Se o emprego atual não é suficiente para cobrir suas contas, busque algo melhor ou complementar!

Profissional: Ter a maturidade de entender que você não tem o perfil do assistido é muito importante! Pois muitas vezes o profissional não tem o preparo adequado para lhe dar com aquele cliente em si, mas ele insiste em continuar se desgastando por ganhar bem ou precisar muito do tal emprego. Fique atento ao perfil de cliente e a sua capacidade!

Estudo: Ótimo se você fez um bom curso presencial de cuidador(a)! Porém sinto em lhe dizer que, só isso não é suficiente para lhe dar com as diversidades de cada cliente. Muitas vezes teremos que nos aprimorar, buscar novos estudos para lhe dar com situações em que não temos muita prática. 

Rede de apoio: Ter uma rede de apoio é muito importante! Pois esses canais e encontros, vão te conectar com pessoas, que passam por situações similares ou iguais, na qual ocorrerá o compartilhamento de experiências e aprendizados.

Aproveito para deixar o link da (Rede de Apoio para Cuidadores) que elaboramos você, com muita pesquisa, dedicação e carinho. 

Referências:

Horkovska, I. Caregiver Burnout: Symptoms, Prevention, and More. Calmerry, 2023. Disponível em: https://calmerry.com/blog/burnout/caregiver-burnout-symptoms-prevention-and-more/>. Acesso em: 06 de janeiro de 2024.

Lowler, M. Caregiver Burnout: What It Is, Signs You’re Experiencing It, and How to Cope. Everyday Health’s, 2020. Disponível em: <https://www.everydayhealth.com/burnout/caregiver-burnout/>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024

Redação. Can Compassion Fatigue Lead to Burnout? Strategies for Avoiding This When Taking Care of Aging Parents. Senior Helpers. Disponível em: <https://www.seniorhelpers.com/tx/corpus-christi-south/resources/blogs/compassion-fatigue-in-caregivers-attending-to-seniors/>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024.

Rezende, T. Burnout em cuidadores de idosos. Tais Rezende - Psicogerontologia, 2023. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=SiYqNqmkdPM>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024.

Gama, D. Gomes, D. Rafael. Sobrecarga do cuidador como abordar. Envelhecer com Saúde, 2022. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=gu9frBZ9vfc>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024.

Sanches, D. Burnout se tornou doença do trabalho; o que muda? NAV DASA, 2022. Disponível em: <https://nav.dasa.com.br/blog/burnout>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024.

Ministério da Saúde. Síndrome de Burnout. GOV. Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sindrome-de-burnout#:~:text=S%C3%ADndrome%20de%20Burnout%20ou%20S%C3%ADndrome,justamente%20o%20excesso%20de%20trabalho.>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024.

Sanches, D. Burnout se tornou doença do trabalho; o que muda? NAV DASA, 2022. Disponível em: <https://nav.dasa.com.br/blog/burnout>. Acesso em: 07 de janeiro de 2024.